Autonomia
Atenção, compreensão, validação e cuidado
Conservar a autonomia significa que as pessoas se sentem vistas e valorizadas em sua individualidade, e não queremos que elas se tornem um reflexo da nossa própria imagem.
Queremos que elas pensem por conta própria, encorajamos que elas tragam também o que elas conservam de diferente do grupo, abrimos espaço para a divergência e assim cultivamos diversidade. E a diversidade é o que faz uma comunidade funcionar e a torna mais resiliente, pois é abrindo espaço para o que cada um tem para contribuir que emerge inteligência coletiva.
Como posso cultivar autonomia em uma comunidade?
Resumo: Atenção sem interrupção, compreensão, validação e cuidado.
Nancy Kline passou os últimos 37 anos pesquisando sobre como podemos criar ambientes onde conservamos uma forma de estar uns com os outros de maneira a cultivar relacionamentos que nos apoiam a pensar de maneira independente.
E pensar de maneira independente é o que mais buscamos em todos os lugares que vamos, e o que menos encontramos. Dentro de comunidades, nós queremos que as pessoas explorem a fronteira dos seus pensamentos, e que sejam apoiadas no processo de encontrar os aspectos mais potentes de si mesmas para que possam contribuir com a diversidade do grupo.
“A diferença entre pensar e pensar por conta própria muda não apenas o jogo, mas a vida. Pensar por conta própria é diferente de pensar. É diferente de pensar bem, de resolver, de entender, de compreender, de classificar, de ver o caminho, de listar prós e contras, de decidir, de perceber padrões, de ver pontos cegos, de estabelecer a responsabilidade, de ficar quieto, de contar histórias(...).A diferença ocupa quase um mundo próprio.Ela alcança e nos empurra para os aspectos mais incríveis de nós mesmos.” Nancy Kline
Nossas relações se fortalecem então quando criamos espaços nos quais vemos os outros como pensadores independentes, e nos apoiamos no processo de descobrir e validar quem somos. E para isso precisamos de atenção generativa.
Dr Paul Brown identificou que a atenção sustentada e não corrompida acalma a amígdala, produzindo hormônios como serotonina e ocitocina e suprimindo hormônios perturbadores como cortisol e adrenalina.
Mas quando nossa atenção é dividida, saímos da sintonia com o outro, e criamos desconexão. Experimente notar a próxima vez que estiver em uma interação e a pessoa parar de te dar atenção por algum motivo. Provavelmente você vai se sentir desconectado e até mesmo o seu pensamento vai reduzir o ritmo e começar a devanear.
Complemento a necessidade de cultivar atenção generativa proposta pela Nancy Kline, com a capacidade de resposta, apontada pelo psicólogo Harry T Reis como o princípio central para relacionamentos bem sucedidos.
Nos conectamos quando sentimos que as pessoas com quem nos relacionamos estão sendo responsivas a nós. Estão não só interessados em quem nós somos (compreensão), como também nos validando (validação) e nos apoiando a ir mais longe (cuidado).
Pode parecer estranho falar de cuidado quando estamos falando de autonomia. Mas, um estudo que acompanhou 20 bebês por 6 meses identificou que sem cuidado e suporte, o desenvolvimento do hipocampo do bebê ficava prejudicado, e ele minava sua capacidade de explorar o mundo de forma autônoma.
Sem sentir que tem segurança para explorar, o bebê passa a priorizar segurança no lugar de exploração. Bebês que tinham autonomia para explorar o espaço da sua maneira, e sentir que contavam com uma rede de apoio, se desenvolviam melhor.
Resumo - para cultivar autonomia, crie rituais e estruturas para conservar os princípios abaixo:
Atenção sem interrupção,
compreensão,
validação,
cuidado.
Last updated
Was this helpful?